terça-feira, 31 de julho de 2012

Noites frias


Três da manhã... o detetive foi acordado pelo celular que insistia em tocar, era seu superior avisando de um novo caso.
Dor de cabeça! bebi demais outra vez, pensou o detetive... onde estive? como parei na minha cama? estou cheirando mal... mas vou trabalhar assim mesmo... o caso vem antes de meus problemas pessoais, o divórcio foi por isso!
Chega ao local do crime, o endereço é conhecido... uma velha amiga mora ali, foi quando deparou-se com ela semi-nua, suja de sangue...cena horrível, saiu da casa e vomitou.
Recomponha-se! disse-lhe o parceiro, e inciaram as entrevistas das possíveis testemunhas.
Ninguém havia visto nada, além do detetive qua jantara com a amiga!
Jantei com ela? não me lembro, será que eu fiz isso???? por favor não?? eu... Deus do céu, o que está havendo??? não sei nem como cheguei em casa, lembro de ter saído do trabalho e... nada mais!
Calma e vamos analisar melhor as provas, disse o velho parceiro.. confiava que o amigo não havia feito aquilo... imagine, nem pensar!
Apenas era suspeito por ter sido visto com a vítima. Mas estava suspenso do caso.
Provas analisadas e nada de novo, apenas constatavam a presença do detetive na casa da amiga.
Coisas estranhas etavam acontecendo... memórias falhas, sonhos nítidos de noites no frio e acordava de ressaca, sujo e sem saber o que havia acontecido antes.
Estou louco! ando saindo por aí sem saber... preciso de ajuda.
O velho parceiro sempre estava por perto, amigo de todas as horas, mantendo-o informado sobre o caso, mas nada de novo, tudo o colocava na casa da amiga, sangue, digitais...
Ele então resolveu investigar sozinho, sem nem mesmo o parceiro saber... filmava todo o seu dia para ter certeza de que não enlouquecera, fez o que lembrava ter feito.
Foi então que percebeu que o amigo também esteve na casa da vítima, eram amantes e não lhe contaram!
Cafageste! pensou, a esposa esperando em casa e ele por aí.
Grande traição... ele fora drogado pelo amigo todos os dias sem saber... esta na água, na bebida do bar, sempre que o amigo estava por perto ele passava mal e acordava sem memória.
Deixou-se levar pela raiva e matou o amigo, quando tornou a si, no desespero de saber o que fez, matou-se também, sem saber que ele era o real assassino da amiga, as drogas do amigo eram remédios calmantes, que infelizmente não faziam mais efeito, a loucura do detetive era real.
Foi à casa da amiga e violentou-a, o amigo apenas o tirou de lá levou-o para casa, na esperança de aparecer um outro suspeito, não era amante da vítima, nem a conhecia.
Morreu sem saber quem era... melhor assim pensou o chefe e todos da divisão, a ignorãncia é uma benção... quem sabe o perdão divino venha mais rápido assim!
Esteja em paz na sua loucura, e que o amigo saiba de lá onde esteja, entender o outro... era apenas louco, e nada mais!

Carina