Um blog voltado à literatura e história, escrito por uma amante de arte...e uma leitora voraz.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Recomeços
Tantos anos haviam se passado, tantas coisas ocorreram, todos estavam diferentes, ele imaginava, mas será que mereceria o perdão deles?
Tinha consciência do quanto seus atos afetaram aquelas pessoas, queridas demais, próximas demais.
Nem sentia-se merecedor de estar alí, tão perto, mas a saudade e o amor por eles falou mais alto, tinha que vê-los, saber deles...
Não...vou-me embora, nem sabem que estou aqui, que já saí daquele lugar horrível, pedi que não avisassem, vou-me para outro lugar, esquecer essas pessoas, não posso mais dar-lhes dor e sofrimento, já fiz o bastante.
Porém, assim como faltava-lhe coragem para ficar, faltava-lhe para ir, queria uma chance de perdão, de mostrar que aprendera sua lição, que tudo ficou no passado e futuro seria bem melhor.
Compreendeu que não conseguiria seguir em frente se não tivesse com aquelas pessoas, precisava dessa paz, de tê-los visto, saber suas reações, mesmo que não fosse como ele gostaria.
Muniu-se de todas as suas forças, finalmente atravessou a rua, chegou ao prédio, tocou levemente o botão correspondente ao apartamento e a campainha, lá em cima brandiu...
Carina.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Almas simples
Lista dos sem carro
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Amor de praça
Correria da vida? talvez. Amor proibido? quem sabe.
Mas se amam, acariciam-se, parecem esta felizes por estarem ali na praça, jogando conversa fora, ou ainda, planejando o futuro.
Uma nova casa, mais um filho, mudar de cidade...
Ou podem estar simplesmente namorando, aproveitando a companhia um do outro, curtindo o toque, observando o sorriso, a sedosidade do cabelo, a maciez da pele, o perfume passado especialmente para a ocasião, ou mesmo o suor depois de um dia de trabalho.
Não importa, o que querem mesmo é estar juntos, ali na praça,ouvindo a voz, fazendo o outro rir, admirar a beleza, enquanto dizem "Eu te amo!"
Agora vão embora, o tempo acabou, voltarão para a loucura do dia a dia,sonhando com um novo encontro, ali, na praça.
Quando então sentirão novamente o aroma das flores, ouvirão o gorgejar dos pássaros ao final da tarde.
Quem sabe na próxima semana...ali, na praça.
Carina.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Equilíbrio
Para passar o tempo, fiquei a observar as pessoas que iam e vinham, nervosas, calmas, desesperadas...
Comecei então, a meditar sobre como todos somos diferentes, conservadoras demais, abertas demais.
Como pode haver algúem que vive dopado de adrenalina, com seus esportes radicais, e também, os que sofrem de Síndrme do Pânico.
Pessoas essas que pulam quilometros de para-quedas, enquanto outras não passam do solário da porta. E pensei também nos vários motivos para serem como são... na inúmeras razões que nos "fazem" .Temos tantos motivos para sermos o que somos...
Umas fundamentalistas religiosas, outras ateus convictos, madres Tereza e Hitlers por aí!
Como então afirmar o que é loucura e sanidade...quem é o louco? e o são?
E cheguei a conclusão, na minha espera e meditação que o importante é o equilíbrio, afinal, de médico e louco todos temos um pouco.
E, foi assim que pensando na loucura, mantive a sanidade, fui chamado para reconhecer o corpo de um amigo no necrótério... morreu fazendo loucura..ou não, pois amava nadar e se afogou.
Carina
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
terça-feira, 31 de julho de 2012
Noites frias
Dor de cabeça! bebi demais outra vez, pensou o detetive... onde estive? como parei na minha cama? estou cheirando mal... mas vou trabalhar assim mesmo... o caso vem antes de meus problemas pessoais, o divórcio foi por isso!
Chega ao local do crime, o endereço é conhecido... uma velha amiga mora ali, foi quando deparou-se com ela semi-nua, suja de sangue...cena horrível, saiu da casa e vomitou.
Recomponha-se! disse-lhe o parceiro, e inciaram as entrevistas das possíveis testemunhas.
Ninguém havia visto nada, além do detetive qua jantara com a amiga!
Jantei com ela? não me lembro, será que eu fiz isso???? por favor não?? eu... Deus do céu, o que está havendo??? não sei nem como cheguei em casa, lembro de ter saído do trabalho e... nada mais!
Calma e vamos analisar melhor as provas, disse o velho parceiro.. confiava que o amigo não havia feito aquilo... imagine, nem pensar!
Apenas era suspeito por ter sido visto com a vítima. Mas estava suspenso do caso.
Provas analisadas e nada de novo, apenas constatavam a presença do detetive na casa da amiga.
Coisas estranhas etavam acontecendo... memórias falhas, sonhos nítidos de noites no frio e acordava de ressaca, sujo e sem saber o que havia acontecido antes.
Estou louco! ando saindo por aí sem saber... preciso de ajuda.
O velho parceiro sempre estava por perto, amigo de todas as horas, mantendo-o informado sobre o caso, mas nada de novo, tudo o colocava na casa da amiga, sangue, digitais...
Ele então resolveu investigar sozinho, sem nem mesmo o parceiro saber... filmava todo o seu dia para ter certeza de que não enlouquecera, fez o que lembrava ter feito.
Foi então que percebeu que o amigo também esteve na casa da vítima, eram amantes e não lhe contaram!
Cafageste! pensou, a esposa esperando em casa e ele por aí.
Grande traição... ele fora drogado pelo amigo todos os dias sem saber... esta na água, na bebida do bar, sempre que o amigo estava por perto ele passava mal e acordava sem memória.
Deixou-se levar pela raiva e matou o amigo, quando tornou a si, no desespero de saber o que fez, matou-se também, sem saber que ele era o real assassino da amiga, as drogas do amigo eram remédios calmantes, que infelizmente não faziam mais efeito, a loucura do detetive era real.
Foi à casa da amiga e violentou-a, o amigo apenas o tirou de lá levou-o para casa, na esperança de aparecer um outro suspeito, não era amante da vítima, nem a conhecia.
Morreu sem saber quem era... melhor assim pensou o chefe e todos da divisão, a ignorãncia é uma benção... quem sabe o perdão divino venha mais rápido assim!
Esteja em paz na sua loucura, e que o amigo saiba de lá onde esteja, entender o outro... era apenas louco, e nada mais!
Carina
quinta-feira, 26 de julho de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
segunda-feira, 9 de julho de 2012
sexta-feira, 6 de julho de 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
terça-feira, 19 de junho de 2012
sexta-feira, 15 de junho de 2012
Homenagem
segunda-feira, 11 de junho de 2012
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Tic Tac
Ou vêm?
Tempo, amigo do peito ou inimigo cruel...
Quem sabe o que fazer do tempo?
Tic tac no relógio... tempo...
Corremos para alcançá-lo
Mas ele nos foge
Cruel inimigo
Tempo...tic tac...
Consolo, refúgio...
Amigo do peito
Dias vêm, chegam nos dizendo as novidades...
Mais um dia...tempo
Vida besta essa.. levar os dias,
Continuar vivo...
Tempo... não podemos negá-lo, alcançá-lo
Apenas vivê-lo da melhor forma possível
Tempo... terrível!
Carina.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Piruó
ESCRITOS- LINGUAGEM NO CORPO
terça-feira, 5 de junho de 2012
Piruó
A paisagem era encantadora, verde e relaxante.
Devidamente autorizados pela minha mãe, lá fomos nós para nossa aventura, bem... para mim era uma ventura passear com meu tio quase adolescente ( ele tinha 20 anos na época) que raramente vinha nos visitar por morar longe.
Pegamos o trem na boa e velha estação de Sorocaba, e, sentada na janela fui observando tudo e comendo tudo o que me caia ás mãos... como são deliciosos esses lanches servidos em trens, não sei qual a razão, mas o sabor é diferente, mesmo que sejam pão com mortadela!
Chegamos à pequena cidade, conhecemos a praça, sentamos na escadaria da igreja para comer, rimos e nos divertimos toda a tarde.
Fizemos o retorno a Sorocaba também de trem, fui novamente na janela e observando as pessoas, a paisagem, o cansaço do meu tio, enfim, uma pequena aventureira! foi mágico, pois além de adorar meu tio, o fato de passear em um local diferente era realmente magia pura!
ao chegar em casa, toda eufórica para contar cada detalhe do meu passeio, gritei para minha avó, que nos esperava na cozinha:"Vó... fui para Piruó com o tio Zinhó!!!".
Achava Iperó muito difícil de pronunciar...
PS: Minha pequena homenagem à minha avó que nos deixou no último domingo...Saudades!
Carina.
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Ser feliz
Propuseram-me a falar sobre o poder das palavras...pois bem, pensei, mas que elas ferem, elevam, encantam e aterrorizam, eu já sei e ficaria clichê demais ficar nisso.
Presto-me então, com humildade de aspirante á escritora falar sobre uma só, mote maior da nossa vida: Felicidade.
Aristóteles dizia que ela está em ser virtuoso, que as virtudes são essenciais e que cada pessoa tem a sua e encontra sua felicidade, lindo não?
Bem, nem há como discordar disso, pois se formos realmente atentos às pequenas coisas do nosso dia, encontraremos-na em coisas de simplicidade extrema, como em um copo de água quando estamos com sede, em uma flor que o amado nos traz, no prazer de um banho relaxante depois de um dia difícil, enfim, poderemos ver que não é tão difícil ser feliz, apesar de tudo e todos que enfrentamos em nossos dias.
Não me refiro a contentar-se com pouco, deixar de lutar por uma vida melhor, mais confortável, mas sim aproveitar o momento, não deixar pequenas oportunidades de alegria passarem em branco.
Basta um olhar atento, e na simplicidade do dia a dia encontraremos mais razões e forças para alcançarmos nossos mais elevados sonhos, e, se por acaso não se realizarem, ao menos teremos as coisas simples, um olhar mais amplo da vida, do mundo, das pessoas e isso nos tornará virtuosos, por consequencia...felizes, segundo o mestre.
A correria, a rotina nos tira essa visão ampla, bela, olhemos mais fundo, mais longe e quem sabe teremos ao menos paz, outra grande motriz de nossa vida.
Ser feliz é... bem, não sei, mas continuo a procurar nas simplicidades de meu coração ansioso e curioso, mas que fica feliz com um bom dia sorridente de um estranho na rua enquanto vai a um curso profissionalizante.
Carina.
Renovações
Acordou cedo, olhou-se no espelho, atentou-se para os cabelos loiros, cacheados, longos, olhou para seu rosto, a pele alva e sardenta, pequenas linhas de expressão ( não deveria ter sido tão relapsa com o protetor solar, pensou).
Mas apesar de tudo, achou que estava bem apesar dos 42 anos e dois filhos, era magra e alta, uma mulher atraente, de porte clássico, tinha uma vida abastada.
Pensou na vida que levava, no seu dia a dia... cuidava na casa, filhos longe, na faculdade, marido trabalhava muito, quase não ficava com ela, estava vazia, tantos planos deixou para cuidar da família!
Não se arrependia, mas agora queria algo mais para preencher seu tempo, sentir-se viva, fazer algo para ela... mas o que seria?
Criou coragem, ligou para o cabelereiro, cortou-os bem curtos e pintou-os de preto, saiu do salão e matriculou-se em um curso superior, finalmente seria advogada! bastaria a dedicação para o vestibular.
Comprou roupas novas e de um estilo totalmente adverso do que costumava usar... chega de ser básica, cara lavada, sem cor!! quero colorir minha vida enquanto há tempo, realizar meus sonhos, tornar-me útil para mim mesma, foi assim matutando para a casa.
Contou para o marido, que apesar do espanto, aprovou as mudanças.
Á noite, antes de dormir, olhou-se no espelho novamente e viu uma outra mulher... a mesma pele alva e sardenta, mas as linhas haviam suavizado, o olhar brilhava mais, havia vida naqueles olhos claros agora, havia esperança de renovação, não só da aparência, mas também do espírito, da alma.
Na manhã seguinte foi à livraria comprar material para iniciar os estudos.
Carina.
Caminhos
No meio do caminho havia a dor, a desilusão...
E agora José? a festa acabou, a luz apagou
A noite parece que realmente chegou!
Noite escura essa, José, fria e tenebrosa,
Até a lua está nervosa
E agora José? tanta coisa no meio do caminho,
Doi feito dor de espinho;
Mas não se esqueça de uma coisa, no fim do caminho, José
Há de amanhecer, tenha fé
O Sol virá e será lindo, claro e tudo ficará bem...
E realmente o sol veio... e agora José, acredita em mim?
Lembre-se de que no meio do caminho existe a esperança
Tudo passa José, basta acreditar, nunca levar para a noite, sua criança
Ela vive em seu coração, sabe aquela fé de menino, que acredita em papai noel?
Pois então José, leve-a sempre consigo, a noite acaba, vai para o beleléu...
E agora José: no meio do caminho há o que?
Tudo depende de você!
Carina.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
Moinhos...
Império dos moinhos
tortuosos e arrogantes moinhos,
em seus pedestais de pedra.
Indolentes, inertes e egoístas.
Altivos em sua pseudo realeza,
soberanos sobre seus súditos que curvam-se ao vento,
soberbos em sua monótona sinfonia,
revelam, em sua apatia, a realidade da vida.
Sem fim.
Interminável como o próprio tempo.
Incontrolável como o vento.
Rei, na majestada de uma vida soprada pela calmaria
da anunciada tempestade.
Aclamado por seus vassálos de trigo.
Perene, sereno, constante.
Palavras...
Apenas palavras
A plenas palavras!
Palavras plenas.
Penas...
Palavras...
Palavras de pena..
Pena das palavras?
Pena das plenas palavras?
Apenas pena?
Palavras
domingo, 13 de maio de 2012
sábado, 12 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
segunda-feira, 23 de abril de 2012
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
Ser feliz
Carina.
domingo, 18 de março de 2012
segunda-feira, 12 de março de 2012
Sócrates
segunda-feira, 5 de março de 2012
Luz
sexta-feira, 2 de março de 2012
O corvo...
Em certo dia, à hora, à hora
Da meia-noite que apavora,
Eu, caindo de sono e exausto de fadiga,
Ao pé de muita lauda antiga,
De uma velha doutrina, agora morta,
Ia pensando, quando ouvi à porta
Do meu quarto um soar devagarinho,
E disse estas palavras tais:
"É alguém que me bate à porta de mansinho;
Há de ser isso e nada mais."
Ah! bem me lembro! bem me lembro!
Era no glacial dezembro;
Cada brasa do lar sobre o chão refletia
A sua última agonia.
Eu, ansioso pelo sol, buscava
Sacar daqueles livros que estudava
Repouso (em vão!) à dor esmagadora
Destas saudades imortais
Pela que ora nos céus anjos chamam Lenora.
E que ninguém chamará mais.
E o rumor triste, vago, brando
Das cortinas ia acordando
Dentro em meu coração um rumor não sabido,
Nunca por ele padecido.
Enfim, por aplacá-lo aqui no peito,
Levantei-me de pronto, e: "Com efeito,
(Disse) é visita amiga e retardada
Que bate a estas horas tais.
É visita que pede à minha porta entrada:
Há de ser isso e nada mais."
Minh'alma então sentiu-se forte;
Não mais vacilo e desta sorte
Falo: "Imploro de vós, — ou senhor ou senhora,
Me desculpeis tanta demora.
Mas como eu, precisando de descanso,
Já cochilava, e tão de manso e manso
Batestes, não fui logo, prestemente,
Certificar-me que aí estais."
Disse; a porta escancaro, acho a noite somente,
Somente a noite, e nada mais.
Com longo olhar escruto a sombra,
Que me amedronta, que me assombra,
E sonho o que nenhum mortal há já sonhado,
Mas o silêncio amplo e calado,
Calado fica; a quietação quieta;
Só tu, palavra única e dileta,
Lenora, tu, como um suspiro escasso,
Da minha triste boca sais;
E o eco, que te ouviu, murmurou-te no espaço;
Foi isso apenas, nada mais.
Entro coa alma incendiada.
Logo depois outra pancada
Soa um pouco mais forte; eu, voltando-me a ela:
"Seguramente, há na janela
Alguma cousa que sussurra. Abramos,
Eia, fora o temor, eia, vejamos
A explicação do caso misterioso
Dessas duas pancadas tais.
Devolvamos a paz ao coração medroso,
Obra do vento e nada mais."
Abro a janela, e de repente,
Vejo tumultuosamente
Um nobre corvo entrar, digno de antigos dias.
Não despendeu em cortesias
Um minuto, um instante. Tinha o aspecto
De um lord ou de uma lady. E pronto e reto,
Movendo no ar as suas negras alas,
Acima voa dos portais,
Trepa, no alto da porta, em um busto de Palas;
Trepado fica, e nada mais.
Diante da ave feia e escura,
Naquela rígida postura,
Com o gesto severo, — o triste pensamento
Sorriu-me ali por um momento,
E eu disse: "O tu que das noturnas plagas
Vens, embora a cabeça nua tragas,
Sem topete, não és ave medrosa,
Dize os teus nomes senhoriais;
Como te chamas tu na grande noite umbrosa?"
E o corvo disse: "Nunca mais".
Vendo que o pássaro entendia
A pergunta que lhe eu fazia,
Fico atônito, embora a resposta que dera
Dificilmente lha entendera.
Na verdade, jamais homem há visto
Cousa na terra semelhante a isto:
Uma ave negra, friamente posta
Num busto, acima dos portais,
Ouvir uma pergunta e dizer em resposta
Que este é seu nome: "Nunca mais".
No entanto, o corvo solitário
Não teve outro vocabulário,
Como se essa palavra escassa que ali disse
Toda a sua alma resumisse.
Nenhuma outra proferiu, nenhuma,
Não chegou a mexer uma só pluma,
Até que eu murmurei: "Perdi outrora
Tantos amigos tão leais!
Perderei também este em regressando a aurora."
E o corvo disse: "Nunca mais!"
Estremeço. A resposta ouvida
É tão exata! é tão cabida!
"Certamente, digo eu, essa é toda a ciência
Que ele trouxe da convivência
De algum mestre infeliz e acabrunhado
Que o implacável destino há castigado
Tão tenaz, tão sem pausa, nem fadiga,
Que dos seus cantos usuais
Só lhe ficou, na amarga e última cantiga,
Esse estribilho: "Nunca mais".
Segunda vez, nesse momento,
Sorriu-me o triste pensamento;
Vou sentar-me defronte ao corvo magro e rudo;
E mergulhando no veludo
Da poltrona que eu mesmo ali trouxera
Achar procuro a lúgubre quimera,
A alma, o sentido, o pávido segredo
Daquelas sílabas fatais,
Entender o que quis dizer a ave do medo
Grasnando a frase: "Nunca mais".
Assim posto, devaneando,
Meditando, conjeturando,
Não lhe falava mais; mas, se lhe não falava,
Sentia o olhar que me abrasava.
Conjeturando fui, tranqüilo a gosto,
Com a cabeça no macio encosto
Onde os raios da lâmpada caíam,
Onde as tranças angelicais
De outra cabeça outrora ali se desparziam,
E agora não se esparzem mais.
Supus então que o ar, mais denso,
Todo se enchia de um incenso,
Obra de serafins que, pelo chão roçando
Do quarto, estavam meneando
Um ligeiro turíbulo invisível;
E eu exclamei então: "Um Deus sensível
Manda repouso à dor que te devora
Destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora."
E o corvo disse: "Nunca mais".
“Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta: Ou venhas tu do inferno
Onde reside o mal eterno,
Ou simplesmente náufrago escapado
Venhas do temporal que te há lançado
Nesta casa onde o Horror, o Horror profundo
Tem os seus lares triunfais,
Dize-me: existe acaso um bálsamo no mundo?"
E o corvo disse: "Nunca mais".
“Profeta, ou o que quer que sejas!
Ave ou demônio que negrejas!
Profeta sempre, escuta, atende, escuta, atende!
Por esse céu que além se estende,
Pelo Deus que ambos adoramos, fala,
Dize a esta alma se é dado inda escutá-la
No éden celeste a virgem que ela chora
Nestes retiros sepulcrais,
Essa que ora nos céus anjos chamam Lenora!”
E o corvo disse: "Nunca mais."
“Ave ou demônio que negrejas!
Profeta, ou o que quer que sejas!
Cessa, ai, cessa! clamei, levantando-me, cessa!
Regressa ao temporal, regressa
À tua noite, deixa-me comigo.
Vai-te, não fique no meu casto abrigo
Pluma que lembre essa mentira tua.
Tira-me ao peito essas fatais
Garras que abrindo vão a minha dor já crua."
E o corvo disse: "Nunca mais".
E o corvo aí fica; ei-lo trepado
No branco mármore lavrado
Da antiga Palas; ei-lo imutável, ferrenho.
Parece, ao ver-lhe o duro cenho,
Um demônio sonhando. A luz caída
Do lampião sobre a ave aborrecida
No chão espraia a triste sombra; e, fora
Daquelas linhas funerais
Que flutuam no chão, a minha alma que chora
Não sai mais, nunca, nunca mais!
Edgar Allan Poe (tradução de Machado de Assis)
Sabedoria
Estou estudando Filosofia e achei essa mensagem maravilhosa, perfeita para nossos dias tão atribulados, onde a sabedoria está sendo substituída pela correria, o agir rápido, a impaciência.
Caro leitor,espero que aproveite e pratiquem a calma, o amor próprio e pelos outros, façam o bem para si e para todos à sua volta, e verá que as coisas começam a clarear, o resultado será ótimo!
"Para não cairmos nas armadilhas que, mais cedo ou mais tarde, a vida
inevitavelmente nos arma, devemos desenvolver principalmente duas
qualidades: o discernimento e a humildade. O discernimento é uma qualidade
do intelecto, e a humildade é uma qualidade do coração.
O discernimento nos permite, em toda circunstância, distinguir o verdadeiro
do falso, a realidade das aparências. Indica-nos a direção a ser seguida, a
evitar os passos em falso, e nos protege dos erros e das ilusões. Quanto à
humildade, que é uma qualidade muito negligenciada e até mesmo desprezada,
só se pode medir o seu valor se se compreendeu que o seu oposto, o orgulho,
é uma atitude perigosa. O orgulho fecha o homem para o mundo divino e
interrompe as correntes que lhe trazem a água viva do Céu. Por isso,
enquanto por um lado devemos cultivar o discernimento, que nos indica o
caminho a seguir, por outro lado também devemos cultivar a humildade, que
nos abre para as correntes do mundo divino, pois essas correntes são
incentivos para avançar nesse caminho."
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Mensagem recebida em italiano da Edizioni Prosveta e traduzida para o
português (brasileiro).
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Renovação
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Imprevistos
as provações que teremos que atravessar? A resposta para esta questão é
quequando devemos enfrentar uma situação imprevista, somos obrigados a
entrarmais profundamente em nós mesmos e a fazer esforços maiores.Nas
Iniciações da Antiguidade, quem, por exemplo, devia atravessar o
fogo,atravessava, na realidade, um braseiro artificial, mas não sabia
disso:achava que era real. Se a pessoa tivesse medo e recuasse, significava
que não era digna da Iniciação e era mandada embora. Mas quem era
corajoso,audacioso e cheio de fé, passava pelo fogo e depois descobria que
era apenas uma ilusão. Em certo sentido, pode-se dizer que muitas provações
da vida são mais imaginárias do que reais. Quando temos que atravessá-las
pensamos: «É assustador... Sofrerei muito!». Mas se soubermos vivê-las
corretamente, seremos obrigados a reconhecer que não foram tão terríveis
assim."Omraam Mikhaël AïvanhovMensagem recebida em italiano da
Edizioni Prosveta e traduzida para oportuguês (brasileiro).
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
sábado, 18 de fevereiro de 2012
Retirado de Cristina Balieiro
Todo o mundo me diz que tenho que fazer exercício. Que
é bom para a minha saúde. Mas nunca ouvi ninguém dizer a um desportista: tens
que ler.
José Saramago
Podem ver, hoje existem milhares de programas na TV
aberta ou a cabo, inúmeras revistas que se dizem ligadas ao bem estar, a
qualidade de vida.
E todas falam do corpo!Só e exclusivamente do
corpo!
E corpo visto como uma máquina que precisa de correções
e manutenção preventiva, nunca como fonte de prazer.
Agora das necessidades da mente, nem se toca. Quanto
mais da alma!
Essa
visão de "qualidade de vida" me parece mais uma receita de um corpo
esteticamente o mais perfeito possível, funcionando no seu melhor para carregar
um ser que não existe enquanto coração, significado, alegria de viver,
sabedoria, maturidade: tudo aquilo que, pelo menos para mim, dá qualidade à uma
vida!
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Oração pela vida Madre Tereza de Calcutá
uma beleza. Admire-a.A vida é um sonho. Faça que se torne realidade.A
vida é um desafio. Enfrente-o.A vida é um dever. Cumpra-o.A vida é
preciosa. Cuide dela.A vida é riqueza. Conserve-a.A vida é um mistério.
Explore-o.A vida é promessa. Tenha esperança.A vida é tristeza.
Supere.A vida é um hino. Cante-o.A vida é um combate. Vença. A vida
é uma aventura. Conduza-a.A vida é felicidade. Mereça-a.A vida é vida.
Defenda-a.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Meditação
concentrarenquanto não tiverem se acalmado, senão causarão traumas às
células do seucérebro, e estas não farão corretamente o seu trabalho. Como
tudo o queexiste, o cérebro também possui uma inércia natural, e vocês não
podem lhe comunicar imediatamente o movimento que desejam. Nunca se esqueçam
de que as células do seu organismo, e também as do seu cérebro, são criaturas
vivas que não devem forçar, nem sobrecarregar.Quando vocês se sentirem
relaxados, tranquilos, podem começar a mobilizar assuas células na direção
que tiverem escolhido. Mas aqui também é precisoaprender como fazer. Quando
vocês ligam o motor do seu carro, não o aceleramlogo até 100 km/h. Com o seu
cérebro vocês também proceder por etapassucessivas, até o momento em que
sentirem que, mentalmente, dominam bem a situação para se concentrarem no
tema escolhido. Nesse momento, sentirão quetodas as suas células colaboram
com o seu trabalho. Vocês lhes deram uma orientação tão boa que o seu
pensamento prosseguirá naturalmente nessa direção."Omraam Mikhaël
AïvanhovMensagem recebida em italiano da Edizioni Prosveta e traduzida
para o português (brasileiro).
E gastamos tanto com cremes...
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Força interior
Esforcem-separa se elevarem até o mundo divino onde poderão recolher a paz e
a luz, e depois voltarem para distribuí-las a eles. O que um homem fraco,
pobre e ignorante pode dar? Mesmo agindo com todo oseu bom coração, muitas
vezes só faz agravar as coisas. O único meio de ajudarmos os outros, para
salvá-los, é voltarmos todos os dias lá em cima,na nossa Pátria celeste que
deixamos por algum tempo, e lá recolhermos os tesouros que depois traremos
para quem desejarmos ajudar. Senão, de que natureza será essa ajuda?
Certamente, vocês também já fizeram estaconstatação. Sim, será que não
existem pessoas a quem vocês preferem não falar nunca das suas preocupações,
sabendo que, com o pretexto de virem para ajudá-los, elas só complicarão
tudo? Então, se não querem ser como uma dessas pessoas que os outros evitam
para não atraírem novas dificuldades para si, comecem a ir no mundo divino
para buscarem as luzes e as riquezas,e depois poderão fazer com os outros se
beneficiem delas."Omraam Mikhaël AïvanhovMensagem recebida em
italiano da Edizioni Prosveta e traduzida para oportuguês
(brasileiro).
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Pensamentos...
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Acreditem!
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Retirado de Cronicas do Frank
Mensagem do dia
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
O Morro dos Ventos Uivantes
Tive o prazer de ler algum tempo atrás O morro dos ventos uivantes e...uau! que história!
Não é um livro romantico delicado como Jane Austen, que escrevia na mesma época, mas sim um livro, rude, duro e sofrido como seu personagem principal Heatcliff.
Apesar de concordar em parte com sua amargura, creio que ele foi fraco em nunca esquecer o que lhe fizeram e não lutar por seu amor, achou mais fácil fugir e em seu retorno vingar-se de seus algozes...
Mas era tarde demais, Catherine estava casada e feliz, apesar de não ser seu verdadeiro amor, era um carinho sincero.
Mas Heatcliff tinha o estranho poder de destruir tudo a sua volta, provocava intrigas, desconfianças, e não foi diferente quando retornou misteriosamente rico, se apoderando da antiga casa de Cahterine, vingando-se dos membros da família dela, fazendo tudo e todos de seus sem pedir licença, simplemente voltou e se alocou na casa.
A pobre moça, tão bela e delicada, mesmo com toda a sua teimosia, presença de espírito, marido que apesar de não gostar, entendia sua amizade (para não dizer amor) por Heatcliff, e nem assim conseguiu juntar forças para lutar contra o furacão que seu amigo representava, destruindo e maltratando tudo e todos, mas que na verdade queria apenas ser amado por ela.
Catherine teve seu destino, triste, injusto, mas posso dizer que nobre, manteve a firmeza de suas convicções, lutou pela família, como era de se esperar de uma mulher inteligente e de coração nobre.
Está aí uma recomendação de leitura que faço com carinho, e espero que todos compartilhem das fortes emoções que o livro nos passa, toda a dureza, carinho, amor, enfim... prepare-se para sentir muito meu caro leitor.
Carina.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Jane Austen
Concluí recentemente a leitura do livro Persuasão de Jane Austen, e me deliciei com sua delicadeza em tratar um assunto tão belo como o amor... já li vários livros dela e o meu favorito deles é Razão e Sesibilidade, mas Persuasão também me agardou muito, seja pela história em si ou seja pelas belas viagens à locais tão bucólicos...
Ela nos transfere a uma época mais simples, onde os problemas eram resolvidos tão mais facilmente, de forma tão mais civilizada.
Anne não exitou em seguir o conselho de sua preceptora, que lhe disse para não se casar com Frederick, simples assim, sofreu com isso, amou em silêncio, mas manteve a alma em paz.
Quando o destino os faz se reencontrarem, oito anos depois, os dois já mais velhos, maduros e conscientes de seu verdadeiro amor, fizeram um casamento feliz e duradouro, simples assim!
Não que se deva esperar tanto para ter certeza que achamos a pessoa certa para nos unirmos, mas que também não sejamos ávidos por alguém a ponto de nos cegar a razão.
Mas os livros não falam só disso, amo as descrições das roupas, dos móveis nas casas, sobre como sempre tem um casal visinho simpático e bonachão, mulheres fortes apesar das condições machistas, não se deixavam desanimar, não fraquejavam, eram verdadeiras horoínas de sua época.
Recomendo de boa vontade a leitura de qualquer obra de Jane Austen, e tenham uma bela viagem pela vida rural da Inglaterra Vitoriana.
Carina.
Heróis
São para nós inspiração para que não desistamos de nossos sonhos, nossas esperanças... certas coisas realmente demoram a dar resultados, são difíceis, trabalhosas, mas com amor pelo trabalho, confiança em nós mesmos e em nossos sonhos,chegaremos a um resultado, é só não arregar, não desistir...
Força leitores!
Carina.